Prophets Of Rage tem noite memorável no Rio ao recriar versões poderosas do RATM

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Tom Morello brinca com o a foto no show do Prophets Of Rage no Rio
Por Rom Jom

O Prophets of Rage, supergrupo formado pelo trio dos extintos Rage Against The Machine e Audioslave (o guitarrista Tom Morello, baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk), com dois membros do Public Enemy (DJ Lord e o rapper Chuck D) e o rapper B-Real do Cypress Hill, desembarcaram no Rio de Janeiro para seu segundo show em solo nacional. 

Em São Paulo, na última terça feira, a banda já deu muito o que falar na imprensa. Diversos comentários surgiram sobre gestos políticos na apresentação, como o protesto ao governo Temer e o boato de que a banda iria liberar a entrada de quem não tivesse ingresso para o show. Conversa fiada ou não, o que se viu nesta noite foi um verdadeiro show de rock, com muita energia e sintonia com o público.

Dj Lord deu início ao show do Prophets com um mixtape que começou ao som do hino nacional brasileiro e foi de Jimi Hendrix ao Hip Hop. De braços erguidos, o grupo veio ao palco com a faixa que batiza a banda, “Prophets of Rage” - do petardo It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back (lançado em 1988). Chuck D e B-Real comandam a parte vocal do show, agitando e interagindo com a plateia como nos velhos tempos de Public Enemy e Cypress Hill. Para a alegria dos velhos fãs de Rage, “Testify” e uma sequência arrematadora com “Take The Power Back”, aproveitou o contexto das letras, para que Tom Morello pudesse repetir o gesto de protesto ao nosso governo com um “Fora Temer” colado nas costas de sua guitarra (para delírio do público presente). Além disso, o guitarrista ainda usou durante a apresentação uma camisa pedindo a liberdade de Rafael Braga, que foi preso nas manifestações de 2013 por portar desinfetante. 
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Guitarrista mostra camisa que pede liberdade de manifestante brasileiro
Tom Morello é realmente um show à parte; além de um exímio guitarrista, toca todas as músicas como destreza incomum, sendo fiel a cada riff executado. Quem assistiu ao show de riffs fidedignos irá pensará duas vezes em dizer que isso aqui não é o Rage Against The Machine "de verdade" - tamanha é a precisão do trio Morello / Brad / Tim. “Bombtrack” (aquela música que o guitarrista e o baixista Tim Commeford ficam cara a cara) tem os riffs cantarolados pelos fãs e a dobradinha “People Of The Sun” / “Fight the Power” é tão potente que fica complicado conseguir explicar tamanha a catarse que este show proporciona aos presentes. 

Ainda houve um medley dos vocalistas no meio da apresentação com alguns sucessos do Public Enemy e Cypress Hill (“Hand on the Pump/Can't Truss It/Insane in the Brain/Bring the Noise/I Ain't Goin' Out Like That/Welcome to the Terrordome/Jump Around”), mas são as músicas do Rage Against The Machine que realmente causam um impacto no público. Assim foi na volta da banda em “Sleep Now in the Fire” e “Bullet in the Head”.  “O nosso albúm sairá em Setembro deste ano! Aguardem e fiquem com a música nova” disse Chuck D antes de “Unfuck The World”, música que o Prophets Of Rage vem tocando ao vivo desde o início da turnê - assim como “The Party’s Over”, que também esteve presente no repertório.
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O baixista Tim Commeford e o eterno Public Enemy, Chuck D
Para fechar a noite, uma versão robusta de “Seven Nation Army” do White Stripes e “Bulls on Parade”, com Tom Morello tirando tudo o que é tipo de som da guitarra na introdução. A surpresa da noite foi “Kick Out The Jams” do MC5, com a presença no palco dos integrantes do Rise Against (que abriu o show da noite), que acabaram executando uma versão bem improvisada da música, mas que no final das contas, valeu a intenção. A noite finalizou com o hino “Killing in The Name” que tirou o último suspiro do público nas rodas de pogo, e também, em todos os setores da casa.

Apesar da banda não ter álbum próprio e nem músicas inéditas gravadas em estúdio e ainda contar com um show quase essencialmente de covers, o Prophets Of Rage proporciona uma celebração digna de rock, com uma apresentação que vai ficar na memória por muito tempo.
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