ROCKONBOARD NEWS

Kid Vinil foi um dos ícones do rock Brasil nos anos oitenta e noventa
Por Ricardo Cachorrão Flávio

Recebi a notícia ontem...TRAVEI! Quis expressar algo... Não conseguia!

Qualquer pessoa que gosta de rock no Brasil, pode negar, pode nem saber, mas de alguma forma, deve algo a ele. KID VINIL era o cara do Magazine, aquele que eu imitava nas festas de família quando tinha 10 ou 11 anos de idade, e ficava cantando e dançando loucamente junto de meus primos e irmão, a música "Sou Boy" - um de seus maiores sucessos, lançados nos anos oitenta.

Admito que nunca gostei muito de ouvir rádio, mas ele foi o cara que me fazia parar para ouvir e eu dedicava meu tempo com prazer para escutar sua voz na 89 FM e também na Brasil 2000. E ele era o cara que eu gostava de assistir também no histórico Som Pop - primeira fonte de video clipes, que rodou na TV Cultura bem antes da chegada da MTV no Brasil. É aquele que eu, com pouco menos de 15 anos de idade, ia ver toda segunda-feira no Teatro Franco Zampari, ali no Bom Retiro, em frente à Fatec, onde acabei estudando, nas gravações do programa Boca Livre (que hoje é copiado de forma menos interessante nas grandes redes), da mesma TV Cultura.

Sempre que me pegava olhando minha estante de discos - que tem aproximadamente uns 1.000 itens, todos bem organizadinhos - eu ficava pensando: "um dia quero chegar perto do Kid Vinil".

O encontrei algumas vezes pessoalmente. Várias vezes para dizer a verdade. Nunca fomos muito próximos, mas ele sempre se mostrou uma pessoa doce, gentil e educada. Kid Vinil se foi e nem eu sabia o quanto de "culpa" ele teve na minha educação - já que me apresentou caras no palco, que muitos hoje são meus amigos. Kid me ensinou muito!

Antonio Carlos Senefonte, o pai do Kosmo, o radialista, o apresentador, o cantor, o executivo de gravadora, o professor, o Kid Vinil! Já está fazendo muita falta.

Descanse em Paz!
Soundgarden na época do disco "Superunknown", lançado em 1994
Por Bruno Eduardo

Uma coisa é certa: não fossem os caminhos percorridos pelo Nirvana, provavelmente o grunge ficaria nos arquivos como um nicho incrível de bandas independentes que não prosperaram mundialmente. Mas isso não é tudo. Antes de Kurt Cobain quebrar o mundo no meio, tinha mais gente trabalhando para prosperidade da cena, e é aí que entra o nosso homenageado do texto.

A história que todo mundo conhece, é que com exceção de alguns nomes igualmente necessários (como Mudhoney, Melvins e Screaming Trees), os expoentes de Seattle saíram dos becos e apoiados pela MTV e encheram os bolsos de cifras, tornando-se os principais representantes do rock 90. O sucesso foi tão impactante, que de uma forma totalmente obscura, ajudou a deteriorar a tal inocência juvenil que pontuava um dos movimentos mais importantes que o mundo do rock viu surgir um dia. Toda essa história está devidamente esmiuçada de forma sublime no Documentário Hype (quem não assistiu, que faça logo!). Ainda nos anos noventa, a luz dos holofotes sobre Seattle foi tão forte que muitos não seguraram a onda, e consequentemente sofremos três perdas irreparáveis para a biografia da cena (o próprio Kurt Cobain, Layne Staley, e o precoce Andrew Wood).

Só que para sentido histórico e de tributo necessário, precisamos falar de um dos álbuns mais bem sucedidos do grunge: Superunknown, do quarteto Soundgarden. É impossível olhar para este disco hoje em dia (ainda mais depois de tantas baixas) e não pensar em todo caminho percorrido por outro ícone dessa geração: o cantor e guitarrista do Soundgarden, Chris Cornell. Inclusive, não seria exagero afirmar que Cornell chega a ser demasiadamente subestimado quando o assunto é a difusão deste movimento, que depois da fama mundial, levou o carimbo de "grunge". Para muitos, o grunge existiu pelas mãos de Kurt Cobain, o que não deixa de ser uma verdade também, já que em 1991 ele trouxe os olhos do mundo inteiro para a pequena e fria cidade americana ao compor o petardo 'Nevermind'.

Mesmo sem o carisma musical de seus conterrâneos, o Soundgarden foi a primeira banda do movimento a assinar com uma gravadora de nome - isso ainda no fim dos anos oitenta. A exposição do grupo aumentou com o estouro do grunge (leia-se Nirvana), e 'Badmotorfinger', lançado no fatídico ano de 1991, levou a banda para a MTV. Por justiça do destino, o Soundgarden se tornou realmente grande com o lançamento de Superunknown, e Chris Cornell alcançou a fama merecida de rockstar pop com três anos de atraso (depois de Vedder, inclusive).

De amigo particular a padrinho do grunge

Analisando a história do grunge de forma a pontuar momentos significativos, podemos dizer que Cornell foi uma das figuras que mais disseminou a cena de Seattle (mais do que Cobain, por exemplo). Antes de o sucesso bater à porta, ele era companheiro de quarto e principal influência do carismático vocalista do Mother Love Bone, Andrew Wood. Após a morte de Wood, vítima de overdose, Cornell decidiu juntar os ex-integrantes da banda e montou um projeto para homenagear o amigo. Esse projeto, batizado de Temple Of The Dog, apresentou o vocalista Eddie Vedder ao mundo, e consequentemente "formou" o Pearl Jam. A importância de Cornell na história do Pearl Jam (a banda mais rentável do grunge até os dias de hoje), é outro caso à parte. Na época, ele já era um músico conhecido no mundo do rock e o Soundgarden tirava do bolso o também fundamental, 'Badmotorfinger'. Mesmo assim, Chris apadrinhou Vedder e deu força aos demais integrantes para que o PJ seguisse em frente. A história que pouca gente conhece, é que Eddie Vedder, por vir de outra cidade, sofreu uma espécie de preconceito do público e das bandas locais, e foi devidamente resguardado por Cornell, que adotou o vocalista como seu novo amigo de quarto, e manteve amizade até os últimos dias de sua vida. A ligação entre as duas bandas ficou ainda mais explícita com a ida do baterista Matt Cameron para o Pearl Jam após o Soundgarden se dissipar em 1998.

O ápice popular em 'Superunkown'

Embora o super hit "Black Hole Sun" seja uma música de melodia pop, o disco 'Superunknown' não é. Aliás, ele passa longe de ser. Com excessão das ótimas levadas particulares de "Fell On Black Days" e "Day I Tried To Live", o álbum contém toda obscuridade dos antigos trabalhos só que lapidados de forma sublime. Talvez ele seja menos agressivo que seu antecessor, mas é um álbum que mantém as raízes "sabbathicas" - com guitarras esparsas e letras misteriosas. Além de "Black Hole Sun", a música "Spoonman" também rendeu um Grammy ao grupo, o que ajudou na popularidade de 'Superunknown', certificado cinco vezes por disco platina. A importância deste disco para o grunge, é que ele pode ser considerado o último golpe sublime desse movimento, que deteriorava-se de forma tão avassaladora quanto a sua chegada ao topo do planeta. 'Superunknown' é o último grande sucesso do embrião grunge no mainstream - principalmente na MTV - e sua importância segue fixa na pele de quem respirou rock no idos dos anos noventa.
Renaissance chega ao Brasil pela primeira vez na sua história
Com quase 50 anos de estrada, o Renaissance, um dos pioneiros do rock progressivo britânico, chega Brasil pela primeira vez para uma série de cinco shows. A turnê começa no dia 24 de maio em Niterói (RJ) e segue depois para São Paulo (Espaço das Américas, no dia 25), Rio de Janeiro (Vivo Rio, no dia 26), Porto Alegre (Auditório Araújo Vianna, no dia 27), e Belo Horizonte (Palácio das Artes, no dia 28). Para saber mais sobre os shows, conversamos por telefone com a simpática Annie Haslam, vocalista da banda e conhecida por sua incrível voz de cinco oitavas em entrevista que você pode conferir AQUI

Ganhe ingressos para o show do Renaissance em SP

Em mais uma parceria entre a TOP CAT Produções e o site Rock On Board, um sortudo poderá levar 1 par de ingressos para assistir esse showzaço no dia 25 de maio no Espaço das Américas. Para concorrer basta curtir ROCKONBOARD no facebook e compartilhar esta imagem na sua timeline. Resultado no dia 23 de maio.

RENAISSANCE EM SÃO PAULO
Data: 25 de maio de 2017
Local: Espaço das Américas
Endereço: R. Tagipuru, 795 - Barra Funda
Horário: 20h (Abertura da casa) / 22h (Início do show)
Foto: Divulgação
Linkin Park apostou no pop comercial em seu novo disco, 'One More Light'
LINKIN PARK
"One More Light"
Warner Bros Records; 2017
Por Bruno Eduardo


Quando falamos de Linkin Park, a primeira coisa que vem à cabeça é o som fundido de guitarras pesadas, pianos e vocais rap que conquistou o planeta nos megahits "In The End", "Crawling" e "Faint". No entanto, quem acompanha a banda de perto sabe que eles não se prendem muito a um estilo e costumam se arriscar em outras trincheiras - do eletrônico ao hip hop. Ainda assim, é bom adiantar que 'One More Light' não reserva nada daquela banda visceral que você conheceu um dia. 

Em entrevista exclusiva ao Rock On Board, o guitarrista Brad Delson já tinha antecipado que o novo disco seguiria um caminho diferente do que estávamos acostumados, e, que ele seria um reflexo do que é a banda nos dias de hoje. Aliás, o Linkin Park sempre gostou de sugerir novas direções musicais ao mercado e nunca decepcionou nas vendas, o que garante ainda mais essa moral de fazer o que der na telha. Só que diferentemente do que fizeram em 'A Thousand Suns' (2010) - esse sim, um disco arriscado, pela sonoridade quase experimental - a banda resolveu abandonar as guitarras para fincar sua bandeira no pop mercadológico, incluindo no pacote alguns convidados "escolhidos a dedo", como a cantora Kiiara e dois nomes do rap e hip hop da atualidade, Pusha T e Stormzy. 

No entanto, sem desmerecer a qualidade inquestionável do grupo em produzir boas canções pop, a impressão que fica ao ouvir este álbum é que eles poderiam ser facilmente confundidos com qualquer um desses artistas que invadem o mercado da música com suas canções feitas apenas para entrar nas programações comerciais. Tanto que para escrever "Heavy", eles se juntaram a Justin Tranter e Julia Michaels, responsáveis ​​por singles de sucesso de artistas como Demi Lovato, Selena Gomez e Jason Derulo. Com isso, não é exagero dizer que 'One More Light' é um disco pop simplório e  que corre o risco de ser facilmente esquecido. 

"Nobody Can Save Me", que abre o disco não nega a capacidade do grupo em criar melodias realmente boas, principalmente amparado na ótima performance de Chester Bennington. O mesmo acontece em "Sorry For Now" (dessa vez com Shinoda dando as cartas). Mas o fato é que as músicas parecem todas iguais, já que não há qualquer inclusão de elementos marcantes - característica essa, que fez do Linkin Park uma peça diferenciada no monótono rock mainstream dos anos 2000. O álbum realmente carece muito da energia latente que o grupo costuma mostrar em seus shows. Não há gritos selvagens de Chester Bennington, nem os riffs graves de Brad Delson. Até o DJ Hahn desaparece sob um brilho de estúdio texturizado. O mais próximo que eles chegam do "feeling linkin park de ser" é em "Talking to Myself", comandada pela bateria viva de Rob Bourdon e que tem algumas pitadas de Brad Delson. De resto, 'One More Light' se preocupa apenas em realizar canções modelo para o topo das paradas de sucesso ("Battle Symphony" e "Invisible") e confissões sinceras ("Sorry for Now" e "Halfway Right") que acabam no fim das contas soando como um mix de The Chainsmokers com Twenty One Pilots.

Eu sei, é duro criticar uma grande banda por tentar fazer algo diferente. E antes de qualquer questionamento, o problema não é ser pop e não ser mais aquela mesma banda que se tornou fenômeno de vendas no início do século. O tempo passa e é natural - e até mesmo saudável - que o artista seja honesto com a sua obra. Ninguém quer se tornar cover de si próprio. Mas a questão aqui, é que essa nova fase não adiciona nada de importante ao legado artístico do grupo, e acaba soando como uma aventura de momento. E mesmo para aqueles que defendem o disco, por ele ser um conjunto de canções pop muito bem feitas, digo que há músicas pop muito melhores em outros discos do Linkin Park. Faltou o algo mais.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Rodrigo Lima do Dead Fish sobe na grade que separa o público do palco
Por Rom Jom

Mesclando do Punk ao Metal a segunda edição do Maximus Festival foi novamente um sucesso. A escolha das bandas, que mais uma vez foge do convencional de bandas mainstream de festivais, conseguiu juntar um público bem heterogêneo no imenso Autódromo de Interlagos que pode não só curtir diversos estilos de música mas como a estrutura que contou com muitas lojas, food trucks, workshop de instrumentos (alguns disponíveis para o público tocar), muitas estruturas metálicas com o tema do festival para foto (algumas contavam com modelos vestidos ao estilo “Mad Max”), os horários dos shows podiam ser gravado no corpo como uma tatuagem temporária, decorações sombrias (sinistras até) que lembravam artes de cds de metal da década de 80 bem sombrios e até um cemitério dos rockers no caminho do palco Thunderdome com cruzes trazendo o nome de artistas mortos como os Ramones, Amy, Lemmy, David Bowie dentre outros. Apesar de toda a estrutura um problema ainda persiste desde a edição anterior (que foi relatado aqui na primeira edição) sobre os banheiros químicos, o feminino em especial, onde se formam filas imensas por conta do número bem reduzido e o festival possuir apenas uma entrada/saída bem distante dos palcos principais causando congestionamento as vezes na circulação do público. Porém este não abona o fato do festival ter sido excelente e funcional. Mas o que rolou foi muito som bom! Vamos contar um pouco do que vimos:
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Pennywise fez um show concorrido no Palco secundário do Maximus Festival
O festival possui três palcos Maximus e Rockatansky (que ficam lado a lado) e Thunderdome que fica um pouco mais afastado dos gigantes principais – lembrando que todos os shows foram pontualíssimos. Este último trouxe um “mundo a parte” abrigando, como muitos disseram, um Festival de Punk e Hardcore particular – muitos presentes vieram somente para este palco - com bandas como os capixabas do Deadfish – que como sempre comandaram muitas farpas políticas com sons já conhecidos como “Proprietários do Terceiro Mundo”, “Afasia” e “Sonho Médio”, o punk rock melódico dos canadenses do The Flatliners, os já conhecidos em terras Brasileiras, Pennywise que fez um verdadeiro show de punk com todos seus clássicos (que tambem teve até espaço para uma homenagem aos Ramones com “Blitzkrieg Bop”) que incluíram “Wouldn,t It Be Nice”, “Peaceful Day”, “Alien” e finalizaram ao som do coro de “Bro Hymn”. E fechando os trabalhos deste palco tivemos a apresentação enérgica (e que energia) do Rise Against que não pouparam esforço com músicas que não davam descanso em momento algum. Exemplo disso temos as “Ready to Fall”, o momento do Tim vocalista solto sem guitarras na porrada “Give It All” e o sucesso “Savior” para tirar o último suspiro.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Red Fang agradou o público que ainda chegava no Autódromo
O público ainda estava chegando ao evento embaixo de um sol bem quente quando o Red Fang abriu o palco Maximus com seu stone rock pesado quebrando um jejum de 2 anos após sua última vinda a capital Paulista. Apesar de um repertório enxuto, porém de extremo bom gosto, de sete músicas que incluíram faixas de todos os seus trabalhos como a abertura arrebatadora com "Blood Like Cream" do álbum “Whales and Leeches’’ de 2013, que fez muitos correrem para conferir o show que acabava de começar, “Malverde” do álbum “Murder the Mountains de 2011 e "Crows in Swine" sequenciaram este inicio de forma forte. As músicas possuem uma atmosfera que foi criada para lugares menores, porém, preenchem o lugar de uma forma única. As guitarras de Bryan Giles (e seus bons vocais) e David Sullivan possuem uma pressão absurda enquanto Aaron Beam com seu baixo faz uma cozinha ótima com John Sherman na bateria. O público que a banda adquiriu com seus álbuns e shows por aqui chamam a atenção; todos cantam as músicas. “Flies” do seu último álbum lançado no final do ano passado, “Only Ghost”, também marcou presença no repertório e empolgou bastante. A banda finalizou com “Prehistoric Dog”, que possui uma entrada com guitarras tão boas que ficam melhores do que em estúdio. Bryan disse para este site em uma entrevista na semana passada que queria angariar novos fãs com este show. Este objetivo foi alcançado.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Hatebreed fez um dos melhroes shows do Maximus Festival
O Hatebreed subiu ao palco para fazer um verdadeiro show de hardcore para ninguém colocar defeito. Jamey Jasta e seus amigos de banda provocaram o caos e esquentaram ainda mais o público que já sofria do calor do sol naquela hora. E ninguém se importou. O início arrebatador de “To The Threshold” com a violenta e “Destroy Everything” assinou o que seria a apresentação. O show não dava descanso. As músicas não tinham intervalo e o vocalista comanda uma sucessão de rodas, palmas e gritos. A galera conhecia tudo inclusive as músicas do seu último trabalho “The Concrete Confessional” de 2016 como foi o caso de “Looking Down the Barrel of Today” “Tudo bem São Paulo? Agora é a hora da verdadeira Moshpit” disse antes de anunciar a música. Músicas como “Last Breath” e “I Will Be Heard” deixa bem claro as suas influencias que passam do Metal Extremo ao Hardcore. A banda com um pouco mais de 20 anos de estrada e dez álbuns de estúdio se fortalece a cada show por aqui, arrematando cada vez mais fãs e seguidores. Que show!
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Pouco conhecida por aqui, Böhse Onkelz não despertou o interesse do público geral
Em seguida a banda alemã Böhse Onkelz, não tão conhecida por aqui, apresentou seu som de punk rock oitentista com algumas influencias ainda do rock alemão, assim digamos. A banda nascida nos anos 80 tinha interrompido suas atividades por nove anos até que em 2014 voltaram para uma série de shows. A banda não atraiu muito a atenção do público, já que o festival tinha muitos outros bons nomes pela frente.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Ghost apresentou aos fãs uma nova faceta de seu metal "do mal"
O Ghost deixou toda a teatralidade das suas últimas apresentações por aqui. O clima sombrio esteve presente apenas em suas músicas, pois, o sol ainda estava a forte quando a banda subiu ao palco. E além disso os integrantes parecem estarem mais soltos, principalmente os guitarristas que batem cabeça e tocam com mais clamor, e isso não se restringe apenas para eles; a banda inteira parece interagir mais. O que antes tínhamos a atenção voltada somente para o então “Papa Emeritus” e sua vestimenta acompanhada pelos demais, hoje, a banda se firma pela força das suas canções. E ótimas por sinal. Com o repertório praticamente baseado em seu último trabalho “Meliora” de 2016 tivemos as belíssimas “Square Hammer”, com vocais excepcionais, e “From The Pinnacle To the Pit”, com aquele baixo marcante do início, “Cirice”, que possui um início quase fúnebre mas ganha uma energia surreal quando a canção progride, e anunciada como “Vocês querem uma música realmente pesada?”  “Mummy Dust” que na opinião de quem escreve, foi a melhor canção do show pela interpretação vocal e guitarras. A música realmente merece uma atenção de quem ainda não a conhece. E ainda tiveram as canções mais antigas como a clássica “Ritual” e “Year Zero. Os suecos saíram do palco distribuindo beijos ao público. E a recíproca foi ainda maior dele para a banda. Tenha certeza.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
De volta ao Brasil, Rob Zombie fez show mediano no Maximus Festival
O metal industrial do Rob Zombie e sua trupe subiram ao palco embaixo do sol forte. Isso estragou todos os efeitos visuais que o artista possui para completar seu som. Rob subiu entusiasmado como de costume vestindo uma roupa que mais parecia um zombie cowboy platinado, e suas colegas quase na mesma vibe; mascaras e roupas de horror (horrendas). O show não empolgou tanto de início e o cantor e sua banda suaram para conseguir fazer o público se mexer. As primeiras faixas que incluíram “Dead City Radio and the New Gods of Supertown” e “In the Age of the Consecrated Vampire We All Get High” do último trabalho 'The Electric Warlock Acid Witch Satanic Orgy Celebration Dispenser' de 2016 soaram muito fracas para um início que deveria ser bombástico (ou a intenção). Até quando “Living Dead Girl” – antológica do álbum de estréia “Hellbilly Deluxe” de 98 - foi tocada não teve tanto efeito. Mas depois de muito esforço, até mesmo do performático guitarrista John 5, a banda conseguiu “salvar” o show com clássicos como “More Human Than human”, “Thunder Kiss ‘65” que teve um medley com “School’s out” da sua grande influência Alice Cooper, e a finalização com sua mais famosa faixa “Dragula”.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
O vocalista Ivan Moody comandou a galera no bom show do Five Finger Death Punch
A apresentação do Five Finger Death Punch foi uma das mais concorridas no Maximus Festival. A banda, que se apresentou dias antes no Rio e BH, entrou no palco ao som de "Mad As Hell" e começou a pancadaria com "Lift Me Up". Logo na primeira música já era possível ouvir todos cantando junto com o vocalista Ivan Moody e as rodas de pogo tomaram conta do local. Além de pancadas de álbuns mais antigos, como "Never Enough", do primeiro disco 'The Way of the Fist' (que completa uma década de lançamento)-, ainda rolou o já esperado cover de Bad Company. O show só esfriou um pouco em "Remember Everything", que foi apresentada em formato acústico, mas teve o coro da galera cantando juntinho na grade. Durante todo o show, os integrantes interagiram com o público fazendo piadas e incentivando o pogo nas rodas. De resto foi uma sessão de catarse coletiva que chegou ao fim na trinca poderosa "Coming Down", "Under And Over it" e, lógico, "The Bleeding". A banda deixou o palco aclamada pelos fãs ao som de "The House Of the Rising Sun".
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames 
Dupla pesada: Gary Holt e Kerry King em ação no Maximus
Brutal. Violento. Agressivo. Pesado. Faltam adjetivos para descrever o que foi o Slayer. O lugar era tomado de blusas pretas da banda por todo o dia. A espera pelo show era bem grande. E o que falar da banda de thrash metal mais pesada do planeta? Nada. Decanos de palco Tom Araya comandou o verdadeiro inferno no Maximus. A banda pouco falou com o público, na realidade, nem precisou. A escolha do repertório foi perfeita para saciar os fãs que tanto esperaram. A abertura violenta de “Repentless”, “Discipline” e “Postmortem” do albúm que é uma lenda do metal mundial 'Reign in Blood' de 1986 do não deixou pó sobre pó das inúmeras rodas de pogo que se formaram. Kerry King e Gary Holt possuem uma sinergia brutal absurda inigualável! O que pode ser dito da abertura de “Dead Skin Mask” e os riffs de “War Ensemble”? Novamente: nada. A dimensão da agressividade não é medida com tantas músicas que parecem que foram escolhidas a dedo para o evento: “Mandatory Suicide”, “Seasons in the Abyss” com todos cantando em coro e “Hell Waits” que pareceu ainda mais pesada ao vivo fechou a primeira parte do show. O bis não poderia ser mais aclamado e violento com “South of Haven” tirando berros da multidão em transe, “Raining Blood” fez do lugar uma única roda de pogo que os de fora só tinham como bater cabeça bem espremidos quando ainda teve “Black Magic” e a finalização com nada mais que “Angel of Death”. Mais perfeito, impossível.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Tom Morello fez todo mundo pular com sons do Rage Against The Machine
O Prophets of Rage finaliza sua turnê em grande estilo em solo nacional. A banda já tinha tocado em São Paulo e no Rio de Janeiro na última semana, porém, não em um festival. O supergrupo não apresentou novidades quanto ao repertório, mas isso não quer dizer que não foi uma grande apresentação. Foi uma apresentação surreal! Tom Morelo e seus companheiros de RATM com DJ Lord e o rapper Chuck D (Public Enemy)  e o rapper B-Real (Cypress Hill) renasceram os clássicos das bandas que fizeram parte, em especial, do RATM. Tom, como sempre, esteve presente com seus atos politizados, desta vez, usou o boné do MST e para enfatizar mais o “Fora Temer” atrás de sua guitarra foi exibido por algumas vezes levantando o coro em som uníssono. As músicas marcantes do festival se deram ao som de “Testify” do albúm “The Batlle of Los Angeles” de 1999 do RATM, que do mesmo álbum, ainda saíram “Guerrilla Radio”, com uma potência extrema com o público e “Sleep Now in the Fire” que possui uma catarse incrível com o tema e a atualidade política do Brasil. “People of the Sun” e “Bullet in the Head” fixam ainda mais a fúria das músicas do RATM quanto a expectativa do público em ouvi-las. E não tão distantes de deixar o público satisfeito, as rappers ainda animaram com medley de suas antigas bandas que incluiu trechos de “Hand on the Pump/Can’t Truss It/Insane in the Brain/Bring the Noise/I Ain’t Goin’ Out Like That/Welcome to the Terrordome/Jump Around” bem perto da galera, sim, na grade cumprimentando todos os próximos. Por ser uma banda que entrou em uma causa política não tiveram tempo em estúdio para gravar um trabalho, mas mesmo em turnê já toca suas músicas novas como foi o caso de “Unfuck the World”, super bem recebida pela plateia que se batia a cada música tocada. O fim se deu com “Bulls on Parade” do “Evil Empire” de 1996 (importante enfatizar que algumas músicas pedem aquele vocal de Jack. E este é o caso) e a matadora “Killing in the Name” que saciou a todos os presentes com um verdadeiro tributo político e ao RATM.
Foto: Alessandra Tolc/ARTS Live Frames
Chester Bennington comanda o Linkin Park com a bandeira do Brasil no fundo
O Linkin Park não é mais aquela banda de 20 anos atrás. Se reinventou. E isso ficou bem claro nesta noite. Os antigos fãs com certeza estranharam o que aconteceu neste show. Claro que podemos dizer que a banda se encontra na sua melhor fase sonora, até porque, a maturidade leva a isso, muitos dizem. Mas está além do que podemos ver. Em uma entrevista recente a este site o guitarrista da banda afirmou que o último disco da banda, que será lançado na próxima semana, é algo pessoal; que vem do coração. Sabendo disso, posso revelar que não foi só no CD que o coração foi sugado em forma de inspiração. Alguns dirão que a banda fez a parte inicial do show de forma branda, sem sal ou sem graça com faixas como “The Catalyst” e “Westelands”. Lembre-se: o frenesi adolescente foi diminuindo ao longo dos anos em seus álbuns, mas não a capacidade musical dos caras. Podemos reparar os vocais, ainda mais evoluídos de Chester em músicas clássicas como “Crawling” em uma versão linda somente com órgão, onde se destaca ainda mais sua capacidade vocal, e seu parceiro Mike Shinoda também não fica atrás com seus versos lançados em forma de rap como em “In the End” e “Burn it Down”. As novas músicas desfilam um tanto quanto só dentro do repertório, mas agrada uma boa parte dos presentes. “Good Goodbye” do novo álbum “One Step Closer” fica um pouco “fora” do contexto utilizado no repertorio pela banda. Talvez por ter uma falta absurda de guitarras e explosões pós refrão muito utilizado pela banda como faz em “Breaking in the Rabbit” bem próximo da execução da faixa. Ainda que o inicio do show não tenha sido impactante, o final da apresentação fez todos pularem bastante com “Faint”, “Numb” e Papercut” - uma sequência que só foi esfriada com o novo som “Heavy”, que como Mike disse “não estranhem, mas essa música não tem peso como o nome, mas é uma bela música nova”. Mesmo reinventado e tentando novos rumos em seu som o Linkin Park fez um show digno e que talvez não tenha agradado todos - principalmente aqueles que não entenderam que o tempo passa.
Foto: Divulgação
Chris Cornell foi um dos principais ícones do movimento grunge
Morreu nesta quarta-feira (17) à noite aos 52 anos, em Detroit, o músico Chris Cornell, vocalista do Soundgarden e também do Audioslave. O músico havia se apresentado na quarta à noite com sua banda no Fox Theatre, em Detroit. Nesta quinta (18), Cornell participaria do festival “Rock the Range”, em Columbus.

Cantor teria cometido suicídio

De acordo com a polícia de Detroit, o cantor Chris Cornell, encontrado morto na noite de quarta-feira (17) em Detroit, cometeu suicídio por enforcamento. Em nota do TMZ, publicada nesta quinta, conta que a esposa do cantor - Vicky Cornell - conversou com o vocalista antes e depois do show de Detroit, e ela afirma que seu marido não demonstrava sinais de depressão e nem que poderia se matar. Durante boa parte de sua carreira, Cornell teve problemas com drogas e álcool, mas afirmou estar sóbrio desde 2003. Há cinco anos, o vocalista criou uma organização para cuidar de crianças sem-teto. Cornell deixa esposa e três filhos. 

Nascido e criado em Seattle, Cornell foi um dos principais ícones do movimento grunge. O cantor fundou o Soundgarden em 1984 e teve participação direta na formação do supergrupo Temple Of The Dog, sendo um dos padrinhos de Eddie Vedder em Seattle, acolhendo o cantor do Pearl Jam no início de carreira. Com o Soundgarden, Chris Cornell alcançou a fama com os discos Badmotorfinger e -principalmente - Superunkonwn, que contém o superhit "Black Hole Sun", lançado em 1994. Com o fim do Soundgarden, o cantor seguiu em carreira solo e depois formou o Audioslave com os integrantes do Rage Against The Machine, alcançando grande sucesso no mainstream.

Cornell voltou com o Soundgarden em 2010 e no momento estava dedicado aos seus vários projetos paralelos. Ele esteve no Brasil no fim do ano passado para uma apresentação acústica de todos os sucessos de sua carreira [leia resenha AQUI]. Ele também tinha se reunido com os outros integrantes do Temple Of The Dog para comemorar os 25 anos do disco em que prestou tributo ao amigo e vocalista do Mother Love Bone, Andrew Wood. O grunge que já tinha perdido Kurt Cobain, Layne Staley e Scott Weiland, fica órfão mais uma vez com a morte de outro grande cantor e símbolo de sua geração dourada.

De um fã para Chris

Por Rafael Rodrigues, repórter colaborador do site Rock On Board.

Cornell, hoje não quero escrever sobre tristeza, já que me deste alegria por tantos anos (não necessariamente alegria, mas euforia matinal, muitas vezes). Quero apenas agradecer por tudo que fez por mim e por milhares de fãs no mundo inteiro.

Lá nos já longínquos anos noventa, você me ensinou a ter uma identidade musical. Foi você, cara! Foi quando ouvi uma música sua pela primeira vez que eu pensei: é isso! Foi isso que procurei o tempo todo! Suas superbandas, seus trabalhos essenciais à música, sua versatilidade, seu carisma, sua serenidade. Infelizmente, em algumas de suas músicas haviam sinais claros de uma depressão que te assolava silenciosamente, mas eu sempre escolhi acreditar que eram apenas músicas e não seus sentimentos sinceros, sua agonia interna. Infelizmente, eu devia estar errado.

Soundgarden, Temple Of The Dog, Audioslave, sua carreira solo, sua influência. Parece que você aguentou até onde deu, né meu amigo? Mas fez com primazia o que se propôs. Deixou uma obra fantástica. Não digo que fez tudo que poderia fazer, pois para a música e talento não há limites, mas você vai embora com seu dever cumprido, sim! Um dia irão reconhecer que o álbum 'Temple Of the Dog', que completou 25 anos recentemente, é um dos maiores discos da história do rock - e ele estará sim, em várias listas futuras. Seu nome também estará nas listas mais importantes de vocalistas que já pisaram neste planeta. Seu timbre, nossa, um dos mais imitados e influentes, será sempre inconfundível e admirado. 
Um dia irão reconhecer que o álbum 'Temple Of the Dog' é um dos maiores discos da história do rock
O Soundgarden sempre foi um capítulo a parte em sua biografia pessoal. Foi onde o sucesso começou e onde ironicamente sua carreira terminou. Sua volta, seus grandes shows em ótima forma, tudo isso deve ter sido pensado. Pois você fez isso genuinamente, como que se despedindo do seu público e AQUI foi conferido e relatado por este admirador de sua obra. 

Aos que são fãs, como eu, não chorem ou, ao menos, tentem não chorar. Eu não consegui. Coloquem um grande álbum do Soundgarden para tocar e cantem com voz rasgada. Pegue aquela sua blusa de flanela - guardada para momentos especiais, como shows importantes - e saia por aí, como se estivéssemos nos anos noventa. Faça a sua homenagem pois ele merece! Aproveita que, pelo menos no Rio de Janeiro, o dia está nublado, meio frio, bem típico de Seattle, e saia por aí cantando "Outshined" ou qualquer outro sucesso dele bem alto! Apenas não aconselho ouvir - não hoje - o disco Euphoria Morning, pois ali ele já parecia anunciar que a coisa era bem séria e sombria pra ele.

Obrigado, Christopher John Boyle, obrigado pelos 25 anos em que me fez e mais milhares de pessoas mais felizes por ter sua música. E um dia nos encontraremos e eu poderei agradecer pessoalmente por isso...
Pato Fu completa 25 anos de carreira e ganha disco tributo
UM TRIBUTO AO PATO FU
"O Mundo Ainda Não Está Pronto"
Independente; 2017
Por Bruno Eduardo


Uma das bandas mais importantes do rock nacional está completando 25 anos de estrada. O Pato Fu - que já foi considerado pela conceituada revista Time como uma das dez melhores bandas não americanas do mundo - acaba de ter sua obra revisitada de forma justa em 'O Mundo Ainda Não Está Pronto'. Trinta bandas independentes se reuniram para prestar essa homenagem ao grupo mineiro, com versões instigantes, escolhidas de forma livre pelos artistas que participaram deste projeto. Com isso, a coletânea une de forma muito bem acabada um conjunto de canções improváveis e que mantém a mesma liberdade artística que marcou a carreira da banda formada por Fernanda Takai, John Ulhoa e Ricardo Koctus. 

Nesta coletânea bem sacada, é possível encontrar alguns hits óbvios e bem interpretados, como a versão psicodélica de "Sobre O Tempo" pelas mãos da banda carioca The Outs, "Pinga" - num ritmo reggae acústico do João Perreka e os Alambiques - e "Agridoce" no pop rock dos Estranhos Românticos. O mesmo acontece com "Depois", que ganhou da galera do Serapicos uma das melhores roupagens sonoras do tributo. No entanto, os momentos mais legais deste 'O Mundo Ainda Não Está Pronto' fica reservado principalmente para quem fugiu do roteiro datado, proporcionando assim, novos atrativos à canções antigas. 

Em "Isopor", por exemplo, Gilber T e os Latinos Dançantes utilizam vocais cheios de efeitos espaciais e remetem aos Mutantes, principal influência do Pato Fu. Há também quem escolheu por mostrar a banda mineira em versão rock vitaminado, cheio de guitarras e distorção, como a galera do Floreosso em "Made in Japan" e a banda Vênus Café, que fez de "Me Explica", um hard rock dos bons. Já o pessoal do Dum Brothers relembrou - em ótima performance - uma das melhores canções do aclamadíssimo 'Ruído Rosa' ("2 malucos"). Destaque também para o Molodoys com "Eu Sou o Umbigo do Mundo", Djamblê e sua "Água" com toques de Tim Maia e a estranhíssima execução de "Menti Pra Você Mas Foi Sem Querer" do Felappi.

'O Mundo Ainda Não está Pronto' é uma releitura fundamental de uma banda que mesmo quando surfou em altas ondas do mainstream, nunca perdeu sua essência instintiva. Talvez por isso, é difícil desprezar uma ou outra versão deste tributo, já que levando-se em consideração toda a obra do Pato Fu, qualquer transpiração artística desse cenário independente acaba soando de alguma forma honesta com o que eles sempre se propuseram a fazer. Essencial!
Foto Exclusiva Rock On Board
Tom Morello brinca com o a foto no show do Prophets Of Rage no Rio
Por Rom Jom

O Prophets of Rage, supergrupo formado pelo trio dos extintos Rage Against The Machine e Audioslave (o guitarrista Tom Morello, baixista Tim Commerford e o baterista Brad Wilk), com dois membros do Public Enemy (DJ Lord e o rapper Chuck D) e o rapper B-Real do Cypress Hill, desembarcaram no Rio de Janeiro para seu segundo show em solo nacional. 

Em São Paulo, na última terça feira, a banda já deu muito o que falar na imprensa. Diversos comentários surgiram sobre gestos políticos na apresentação, como o protesto ao governo Temer e o boato de que a banda iria liberar a entrada de quem não tivesse ingresso para o show. Conversa fiada ou não, o que se viu nesta noite foi um verdadeiro show de rock, com muita energia e sintonia com o público.

Dj Lord deu início ao show do Prophets com um mixtape que começou ao som do hino nacional brasileiro e foi de Jimi Hendrix ao Hip Hop. De braços erguidos, o grupo veio ao palco com a faixa que batiza a banda, “Prophets of Rage” - do petardo It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back (lançado em 1988). Chuck D e B-Real comandam a parte vocal do show, agitando e interagindo com a plateia como nos velhos tempos de Public Enemy e Cypress Hill. Para a alegria dos velhos fãs de Rage, “Testify” e uma sequência arrematadora com “Take The Power Back”, aproveitou o contexto das letras, para que Tom Morello pudesse repetir o gesto de protesto ao nosso governo com um “Fora Temer” colado nas costas de sua guitarra (para delírio do público presente). Além disso, o guitarrista ainda usou durante a apresentação uma camisa pedindo a liberdade de Rafael Braga, que foi preso nas manifestações de 2013 por portar desinfetante. 
Foto Exclusiva Rock On Board
Guitarrista mostra camisa que pede liberdade de manifestante brasileiro
Tom Morello é realmente um show à parte; além de um exímio guitarrista, toca todas as músicas como destreza incomum, sendo fiel a cada riff executado. Quem assistiu ao show de riffs fidedignos irá pensará duas vezes em dizer que isso aqui não é o Rage Against The Machine "de verdade" - tamanha é a precisão do trio Morello / Brad / Tim. “Bombtrack” (aquela música que o guitarrista e o baixista Tim Commeford ficam cara a cara) tem os riffs cantarolados pelos fãs e a dobradinha “People Of The Sun” / “Fight the Power” é tão potente que fica complicado conseguir explicar tamanha a catarse que este show proporciona aos presentes. 

Ainda houve um medley dos vocalistas no meio da apresentação com alguns sucessos do Public Enemy e Cypress Hill (“Hand on the Pump/Can't Truss It/Insane in the Brain/Bring the Noise/I Ain't Goin' Out Like That/Welcome to the Terrordome/Jump Around”), mas são as músicas do Rage Against The Machine que realmente causam um impacto no público. Assim foi na volta da banda em “Sleep Now in the Fire” e “Bullet in the Head”.  “O nosso albúm sairá em Setembro deste ano! Aguardem e fiquem com a música nova” disse Chuck D antes de “Unfuck The World”, música que o Prophets Of Rage vem tocando ao vivo desde o início da turnê - assim como “The Party’s Over”, que também esteve presente no repertório.
Foto Exclusiva Rock On Board
O baixista Tim Commeford e o eterno Public Enemy, Chuck D
Para fechar a noite, uma versão robusta de “Seven Nation Army” do White Stripes e “Bulls on Parade”, com Tom Morello tirando tudo o que é tipo de som da guitarra na introdução. A surpresa da noite foi “Kick Out The Jams” do MC5, com a presença no palco dos integrantes do Rise Against (que abriu o show da noite), que acabaram executando uma versão bem improvisada da música, mas que no final das contas, valeu a intenção. A noite finalizou com o hino “Killing in The Name” que tirou o último suspiro do público nas rodas de pogo, e também, em todos os setores da casa.

Apesar da banda não ter álbum próprio e nem músicas inéditas gravadas em estúdio e ainda contar com um show quase essencialmente de covers, o Prophets Of Rage proporciona uma celebração digna de rock, com uma apresentação que vai ficar na memória por muito tempo.
Foto: Divulgação
Linkin Park é a atração principal do Maximus Festival, que acontece neste sábado
Por Bruno Eduardo e Rom Jom

O Linkin Park é uma das bandas de rock mais bem sucedidas deste século. Quase todos os seus álbuns de estúdio estrearam no topo das paradas e enfileiraram hits nas principais rádios do mundo. Para ter uma noção do impacto da banda no mainstream, o fenômeno Hybrid Theory (lançado em 2000) foi o único a não sair como número 1 da Billboard, mas ultrapassou a marca de 10 milhões de cópias vendidas, com direito a disco de diamante nos Estados Unidos. 

De volta ao Brasil como atração principal do Maximus Festival, a banda se prepara para mais um desafio com o lançamento de seu novo disco, One More Light, que estará disponível ao público no próximo dia 19. Por telefone, o guitarrista Brad Delson, falou conosco sobre este momento da banda e adiantou o que os fãs podem esperar desse álbum. De acordo com Brad, o grupo atravessa uma fase mais particular. "Esse novo disco é uma coisa que veio da própria alma, com canções mais pessoais. Posso dizer que ele revela a essência da banda hoje", afirma.

Quando falamos de Linkin Park, a primeira coisa que vem à cabeça é o rock fundido de guitarras pesadas, pianos e vocais rap que conquistou o planeta nos megahits "In The End", "Crawling" e "Faint". No entanto, o primeiro single do disco, "Heavy", é estilisticamente diferente do que os fãs ouviram da banda no passado. O mesmo acontece no outro single "Good Goodbye", que traz as participações de dois grandes nomes do rap e hip hop da atualidade, Pusha T e Stormzy. Para Brad, essas novas músicas servem para quebrar alguns paradigmas e evidenciam o novo momento do grupo.
O que a gente está fazendo agora é algo muito mais nosso. Com novos elementos e que ultrapassam a linha do emocional. Isso realmente quebra um pouco o que era antes e mostra o que está acontecendo hoje dentro da banda. É um som mais honesto.
A abordagem diferente na hora de compor o novo trabalho serve como indício de que o novo álbum, One More Light, siga um caminho pop, puro e simples. Tanto que para escrever "Heavy", eles se juntaram a Justin Tranter e Julia Michaels, responsáveis ​​por singles de sucesso de artistas como Demi Lovato, Selena Gomez e Jason Derulo. Será que a banda estaria preocupada com uma suposta recepção negativa dos fãs? O guitarrista é enfático:
O importante é estarmos passando algo que seja real. E One More Light é o que somos hoje em dia.
Com quase vinte anos de carreira, o guitarrista concorda que o Linkin Park viveu um dos melhores momentos da indústria fonográfica nos anos 2000, vendendo aproximadamente 70 milhões de discos no mundo inteiro. Algo que hoje em dia, com a chegada da internet, acabou tornando-se impensável. No entanto, ele enxerga essa nova realidade com bons olhos e diz que o grupo sempre gostou de utilizar as plataformas virtuais como forma de expandir seu legado. Segundo ele, "independente de que tempo você estiver, sempre será compartilhado o que você faz". E qual a expectativa da banda para o show no Maximus Festival, que acontece neste sábado (13), no Autódromo de Interlagos?
A expectativa é a melhor possível. Nós estamos muito animados de estarmos voltando ao Brasil. Temos fãs muito apaixonados aí. O público tem uma energia muito diferente no Brasil se comparado a outros países. E nós também procuramos retribuir isso de uma forma muito honesta. Vai ser ótimo retornar à São Paulo.
Além da boa relação com os fãs, Brad diz adorar a cultura brasileira, principalmente no que se trata de música. Quando questionado sobre algum artista brasileiro preferido, ele diz que a sua adoração é mais pelos ritmos tradicionais. "Eu não saberia dizer nenhum nome específico de artistas brasileiros. O que me atrai mesmo é a música tradicional brasileira, como samba, por exemplo". Essa é a quinta vez que o Linkin Park vem ao Brasil, mas o guitarrista lembra com emoção de sua primeira vinda à São Paulo, em 2004. 
Quando penso em Brasil, a primeira coisa que me vem à mente é o show no Chimera Music Festival no Morumbi para mais de 70 mil pessoas. Foi uma noite inesquecível. Uma das melhores da nossa carreira com toda certeza.
O Linkin Park é a principal atração do Maximus Festival e vai se apresentar no Palco Maximus, às 21h, deste sábado no Autódromo de Interlagos. Essa é a primeira oportunidade dos fãs brasileiros conferirem ao vivo algumas das novas músicas de One More Light, que estará nas lojas na próxima semana. "Já estamos tocando algo em torno de quatro músicas novas e o Brasil vai poder conferir isso", finalizou o guitarrista em tom de promessa.
Foto: 3D11Photo / ZP
O punk invadiu a região da Barra Funda neste fim de semana
Por Ricardo Cachorrão Flávio

Uma semana antes, a região da Barra Funda estava coalhada de skinheads, com alguns punks infiltrados, para assistir ao show do Cockney Rejects. Neste domingo, a região era toda dos punks, numa grande noite de celebração, com a lenda britânica GBH para encerrar a festa.

Infelizmente, os produtores de shows parecem não se conversar, ou se o fazem, querem apenas um engolir ao outro! É muito bom saber que o Brasil faz parte da rota internacional de shows e espetáculos, mas, cabe a quem produz isso ter o mínimo de bom senso de conhecer o público alvo dos artistas com quem negociam, e não marcarem shows seguidos de artistas do mesmo estilo, cujo público NÃO TEM DINHEIRO, pois o resultado será casas vazias, com público reclamando do preço dos ingressos.

Para ver o show do GBH, com abertura dos norte-americanos do Total Chaos, e mais três bandas brasileiras significativas do estilo, pagar R$ 90,00 é muito mais do que justo! Quem trouxe a banda teve que arcar com custos de passagens aéreas da Europa e dos EUA, hospedagem, transporte, alimentação, aluguel do espaço, além do óbvio cachê, e, se não tiveram bons públicos em outras praças, o show de São Paulo provavelmente deu prejuízo. Uma casa com capacidade para 1000 pessoas recebeu aproximadamente 300 nesta noite. Essa foi a parte triste.

Para piorar um pouco o início da festa, foi dia de final do Campeonato Paulista de futebol e é certo que boa parte do público esperou o fim da partida para sair de casa. O horário é de matinê e pouco após às 17:00, os meninos do KOB 82, Tato, Presunto, Raul e Limão, subiram ao palco para público pequeno, formado basicamente por fieis e animados amigos e deram conta do recado. A banda está amadurecendo e mostrando um trabalho consistente e cada vez com mais admiradores.

Sem muita demora, a segunda banda da noite é o veterano ARMAGEDOM, que conta apenas com o guitarrista Javier da formação original, de 1982, e que vem acompanhado do vocalista Renato, do baixista Claudinei e do Pedro, também do Agrotóxico, na bateria. A banda está afiada e faz um grande show, fazendo um balanço de sua longa carreira.

Reformulado, após a morte do baixista original Zorro, em julho do ano passado, que também fez parte da seminal banda M-19, os INVASORES DE CÉREBROS, liderados pelo bom e velho Ariel, fazem o bom show de sempre, com muito protesto e realidade, nua e crua, cuspindo verdades contra tudo e todos, e mostrando que uma banda brasileira é capaz de agitar e cativar o público tanto quanto os gringos. Além do repertório da banda, Ariel ainda dedica duas músicas ao velho parceiro Douglas Viscaino, guitarrista fundador dos Restos de Nada, falecido poucos anos atrás.

Os intervalos entre as bandas são curtos, e chega a vez dos norte-americanos do TOTAL CHAOS, pela primeira vez no Brasil, subir ao palco e literalmente detonar tudo! Na estrada desde 1989, Rob Chaos, vocais, Shawn Smash, guitarra, Miguel Conflict, bateria, este um dos que mais falou com o público, em espanhol, e o baixista Chema Zurita, usando uma camiseta dos paulistanos do Agrotóxico, tocaram e animaram do início ao fim. Com som que lembra muito os escoceses do The Exploited, a banda deu muito bem o seu recado, e certamente ganhou adeptos entre os que ainda não os conhecia.

Pouco mais de 10 minutos antes do horário programado, Collin Abrahall, voz, Jock Blyth, guitarra – usando uma camiseta dos Ratos de Porão, com quem o GBH tocou no sábado, no Recife, Ross Lomas, baixo e Scott Preece, bateria, sobem ao palco e fazem exatamente o que todos esperam, desfilam 39 anos de excelentes serviços prestados ao punk rock mundial!

Sem novidades em relação ao repertório dos shows da banda por aqui em 2011 e 2013, inclusive com as músicas tocadas na mesma sequência, a banda mostra competência, carisma e não deixa pedra sobre pedra! O público insano invade o palco durante toda a apresentação, divide o microfone com o Collin, e abusa dos moshes! Tudo bem recebido pela banda!

Da abertura, com “Unique”, faixa do último álbum lançado por eles, “Perfume and Piss”, de 2010, passando por clássicos como “Alcohol”, “No Survivors”, “Sick Boy” ou “City Baby Attacked by Rats”, o GBH faz o que todo mundo já sabe como será, e, ainda assim, deixa todo mundo de boca aberta! O encerramento foi com “Hey Keef”. Uma pena o público pequeno, quem não foi, perdeu uma noite das melhores!
Foto: Divulgação
Red Fang vai apresentar músicas de seu novo disco, "Only Ghosts"
Por Rom Jom

Os americanos do Red Fang estão prestes a desembarcar pela segunda vez no Brasil como uma das atrações da segunda edição do Maximus Festival, que acontece no próximo final de semana em São Paulo, e o Rock On Board bateu um papo por telefone com o vocalista e guitarrista Bryan Giles para falar um pouco do mais recente disco do grupo e também sabermos das expectativas para os shows no Brasil.

Para quem não sabe, o Red Fang está na estrada deste 2009 e já possui 4 álbuns de estúdio. Em outubro do ano passado, eles lançaram seu último trabalho, intitulado 'Only Ghosts', que foi produzido pelo renomado Ross Robinson (que já trabalhou com bandas como Sepultura, Korn e Slipknot). O disco apresenta um som baseado no stoner rock, mas com um perceptível maior peso nas cordas, principalmente no baixo.
Para mim a principal diferença deste álbum para os outros foi a influência de Ross [Robinson]. Ele estava muito envolvido conosco e puxou a banda para ser o mais true e pessoal possível. E isso fez com que a essência de cada integrante dentro das músicas fosse captada. Foi uma experiência incrível essa gravação e mais pessoal para todos da banda. Então para nós ficou mais impactante porque conseguimos colocar toda essa energia nas músicas. Foi um trabalho gratificante de fazer.
Já fazem 5 anos desde a última vez que o Red Fang esteve aqui no Brasil - quando tocou no Festival Porão do Rock, em Brasília, e no Inferno Club em São Paulo. Bryan lembram muito bem do show na capital paulista. "Eu lembro até hoje deste show! Foi fantástico! As pessoas ficavam loucas com o som! Foi um show foda de fazer porque o público ficava bem próximo do palco e a troca de energia era maravilhosa! E fica muito mais fácil quando eu me divirto como o público", garante. Ao ser informado que as críticas do show foram as melhores possíveis, ele reagiu com surpresa. “Sério? Eu não sabia! Foram ótimos momentos mesmo”. Ainda sobre a última vez no Brasil, ele falou um pouco sobre a diferença entre tocar em um Festival e uma casa menor: 
São experiência distintas. Em um club as pessoas estão bem próximas e você praticamente sua junto com elas. Eu particularmente curto mais, é mais emocional esta proximidade. A conexão é maior. Em um festival você está em um palco maior, mais alto, e essa proximidade não existe. Então fica mais difícil de energizar. Mas é intenso da mesma forma e eu gosto de ambas. Mas se for para escolher uma, é claro que eu prefiro tocar em uma casa menor.
Na ocasião, a banda tinha saído de uma experiência única, que foi excursionar na turnê do seu segundo álbum 'Murder The Montains' de 2011, ao lado de bandas como Megadeth, Helmet, Mastodon e Down. "Éramos praticamente adolescentes na época e estávamos excursionando com bandas e artistas com 30 anos de estrada. Foi inacreditável estar com pessoas experientes porque naquele tempo tocávamos ainda em lugares pequenos. Crescemos muito como banda", disse.

O Red Fang a se apresenta em Porto Alegre na próxima sexta dia 11 (Pepsi On Stage) e em São Paulo no Maximus Festival, no dia 12 (Autodromo de Interlagos). As expectativas são as melhores possíveis. "Queremos tocar músicas do nosso novo álbum", confidenciou. Para uma banda que ainda busca maior espaço na cena mundial, essa é mais uma chance de mostrar seu trabalho e conquistar novos adeptos.
É mais uma oportunidade incrível para ganharmos novos fãs no Brasil. Então eu espero que tenhamos novas pessoas escutando nossas músicas para conseguirmos isso. Espero que as pessoas curtam nosso show. Fazem 5 anos que não vamos aí. Queremos nos divertir e ter um belo momento. 
Para finalizar, Bryan fez questão de mandar uma última mensagem ao público que estará nos shows da banda em Porto Alegre e São Paulo: "Brasil! Estamos muito animados em voltar! Teremos momentos ótimos! Nos vemos em breve!" Enquanto isso, você pode conferir o novo disco da banda, "Only Ghosts", AQUI.
Foto: Divulgação
Formação do Dead Cross com Patton, Crain, Lombardo e Pearson
Mike Patton e Dave Lombardo estão juntos em nova parceria. A banda leva o nome de Dead Cross, e conta também com o baixista Justin Pearson e o guitarrista Michael Crain, ambos do grupo Retox. Essa é a segunda vez que Patton e Lombardo assinam um mesmo projeto. Em 1999 eles se juntaram para formar o Fantômas, banda de grindcore / experimental que também contava com Buzz Osborne do Melvins. Lombardo, que esteve no Brasil recentemente como baterista da nova turnê do Suicidal Tendencies, lançou 4 álbuns com o Fantômas antes de retornar ao Slayer. Desta vez, foi o baterista que convidou Patton a se juntar ao projeto, que inclusive, será lançado pelo selo Ipecac Recordings, dirigido pelo vocalista do Faith No More. Em entrevista ao site Rolling Stone, Patton disse ter sido pego de surpresa pelo convite, mas não pensou em recusar. Para o vocalista, o debut do Dead Cross é um disco de hardcore tradicional, que ele realmente gostaria de poder cantar. Ele completa:
É muito apontado, direto e visceral. De certa forma, isso me lembra coisas que nós todos amávamos quando éramos adolescentes. Tipo bandas como Accüsed, Deep Wound ou Siege, coisas que eram apenas brutais, intransigentes e diretas ao ponto.
Oficialmente, o disco de estreia do Dead Cross tem data de lançamento prevista para o dia 4 de agosto. Ele foi produzido pelo renomado Ross Robinson e o título do disco é homônimo. Para ajudar na divulgação, a Ipecac liberou a inédita "Grave Slave" - que pode ser ouvida AQUI.