Por Bruno Eduardo
A banda mais “Pé na porta e Soco na cara” do Brasil está de volta com “Pior Cenário Possível”. Pela primeira vez, o disco foi gravado com duas guitarras, integrando Maurício Nogueira, que participava dos shows oficialmente como membro da banda. O disco marca também, a despedida do baixista China, que deixou o grupo após as gravações, e foi substituido por Dony Escobar. Conversamos com o guitarrista Maurício, que falou sobre a sensação de gravar pela primeira vez com a banda, sobre a saída de China e sobre essa nova fase do Matanza. Confira abaixo a entrevista exclusiva concedida por telefone ao Rock On Board.
Vocês fizeram uma turnê com o Biohazard aqui no Brasil, como foi essa relação?
Cara, foi muito legal porque já tínhamos a vontade de fazer isso com um artista internacional. E eles foram super tranquilos. Os caras não ficaram cheios de exigências, nem nada. Inclusive, eles tocavam antes da gente nos shows, tipo abrindo, saca? Pô, os caras tocaram em grandes festivais do mundo como o Monsters Of Rock... Tá ligado no que eu estou querendo dizer? Foi uma parceria de sucesso, que a gente vai levar para o resto de nossas vidas.
Hoje em dia, todas as bandas independentes possuem produtos personalizados para merchan. Como cerveja, pimenta e outros assessórios. O Matanza possui tudo isso e ainda tem o festival. Como você avalia a importância de trabalhar a banda como uma marca nesses tempos atuais? Ainda mais sabendo que as gravadoras não são mais o ponto de partida para as bandas de rock.
Primeiro é uma parte importante pelo lado financeiro da coisa. Porque ninguém vai ser hipócrita de dizer que a gente não quer ganhar dinheiro com a banda. É uma forma que a gente tem de divulgar a banda, de alimentar financeiramente a banda, e de levar o nome do Matanza até pessoas que não conhecem ou curtem o nosso som. O cara pode não gostar de Matanza, mas pode gostar de cerveja, e com isso ele tá levando a nossa marca de qualquer maneira. Em relação a cerveja é uma coisa até meio óbvia né, se levarmos em conta as nossas letras e tal. Mas não podemos negar que a banda funciona como uma empresa. Há o lado do músico, que a gente faz no palco, nos discos, e há o lance de você ser um empreendedor também. Isso, nos tempos de hoje é essencial. Ninguém pode ficar mais na dependência de vender discos apenas.
Atualmente a banda está em turnê de divulgação de Pior Cenário Possível. Como vocês estão preparando o repertório? Há uma prioridade em tocar o disco novo ou vão priorizar os clássicos?
Bom, nosso repertório é meio grande, saca? Mas a gente tá tocando a metade do disco novo. Umas quatro ou cinco músicas novas e o resto de clássicos. Estamos variando nas novas, porque ainda estamos na fase de testar ao vivo e saber quais estão rolando legal, quais a galera está respondendo melhor. Estamos nesse período.
Gostaria de saber como funciona essa questão da escolha das bandas que abrem os shows do Matanza? Vocês é quem decidem quem toca com vocês?
Em relação ao Matanza Fest é a gente que escolhe. A gente vê uma bandas que gostamos, de preferência mais pesadas, de metal, e conversamos sobre o assunto. Agora em shows individuais, quem trata disso é a produção local. A gente não dá pitaco nessas coisas não. Não tem o porquê nos preocuparmos com isso.
Ano que vem a banda completa 20 anos de estrada. Eu sei que já tem uma galera perguntando sobre alguma celebração e vocês dizem que não pensaram ainda no assunto. Não pensaram mesmo, ou estão decidindo?
Então. Não vou mentir para você que não pensamos em algo. Mas não sabemos ainda o que fazer. Pode ser uma turnê, pode ser um disco, uma gravação. Uma coisa é certa: algo tem que rolar!
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