Saiba como foi o show do Extreme no Rio de Janeiro
Por
Bruno Eduardo
|
10:31
2
comments
Foto: Luciano Oliveira
Por Bruno Eduardo
O Extreme veio ao Brasil para celebrar os 25 anos de seu álbum mais famoso, Pornograffitti. No entanto é bom lembrar que o disco só ficou popular por conter nele o super hit "More Than Words" - aquela baladinha voz e violão, que foi trilha sonora dos recreios escolares nos anos noventa, e que esteve presente na maioria das coletâneas rock ballads lançadas na história. Essa canção, aliás, foi a única do disco cantada de forma uníssona pelo público que esteve presente na Fundição Progresso - público tímido diga-se de passagem. Porém, o que muita gente não sabe até hoje é que o Extreme não tem nada de mela-cueca. O som da banda sempre foi guiado por guitarras rasgadas - mesmo chupando descaradamente algumas bandas do primeiro time do hard rock mundial, como Van Halen e Aerosmith - principalmente do segundo.
Para comprovar que Pornograffitti não era um disco de uma faixa só, o grupo liderado pelo guitarrista Nuno Bettencourt executou com muita energia todas as músicas do álbum, seguindo a ordem do LP. O incansável Gary Cherone, com seus trejeitos replicados de Steven Tyler - até mesmo utilizando um écharpe de pescoço - surpreendeu pela energia. Em mais de duas horas de apresentação, ele manteve-se elétrico, e a voz, embora desgastada na parte final, ficou na média. Aliás, é bom ressaltar o competente trabalho de backing vocal do baixista - e por que não vocalista? - Pat Badger. Do festejado álbum, vale destacar as execuções de "Decadence Dance", "Get The Funk Out" e "It's A Monster" - todas com muita pressão e demonstrando que a banda continua firme. No final da primeira parte, o segundo hit - também acústico - "Hole Hearted", e uma versão curta - e por isso, dispensável - de "Crazy Little Thing Called Love" do Queen, encerraram a parte previsível do script.
Embora o local já tivesse perdido grande parcela de sua audiência, a banda reiniciou o número com uma segunda parte do show, onde foram inclusas as músicas que não fazem parte de Pornograffitti. Porém, das sete que vieram a seguir, apenas "Rest in Peace" - do disco III Sides To Every Story (lançado em 1992) - e "Play With Me" empolgaram o já reduzido público que tinha teimado em ficar até o final. O que muitos questionaram, e com certa razão, foi a escolha das faixas do suposto bis. Poderiam ter colocado pérolas como o funk metal à la Living Colour, "Politicalimity" ou a antigona "Little Girls", do álbum de estreia da banda, ou até mesmo "Cynical", hit da fase Waiting For The Punchline. Mesmo assim, o público da grade, se deliciou com os solos de Nuno e algumas das canções que marcaram a fase mais conhecida da banda. E aos que foram lá só por "More Than Words", uma surpresa: descobriram - finalmente! - que a banda é de rock 'pauleira' mesmo.
Por Bruno Eduardo
O Extreme veio ao Brasil para celebrar os 25 anos de seu álbum mais famoso, Pornograffitti. No entanto é bom lembrar que o disco só ficou popular por conter nele o super hit "More Than Words" - aquela baladinha voz e violão, que foi trilha sonora dos recreios escolares nos anos noventa, e que esteve presente na maioria das coletâneas rock ballads lançadas na história. Essa canção, aliás, foi a única do disco cantada de forma uníssona pelo público que esteve presente na Fundição Progresso - público tímido diga-se de passagem. Porém, o que muita gente não sabe até hoje é que o Extreme não tem nada de mela-cueca. O som da banda sempre foi guiado por guitarras rasgadas - mesmo chupando descaradamente algumas bandas do primeiro time do hard rock mundial, como Van Halen e Aerosmith - principalmente do segundo.
Para comprovar que Pornograffitti não era um disco de uma faixa só, o grupo liderado pelo guitarrista Nuno Bettencourt executou com muita energia todas as músicas do álbum, seguindo a ordem do LP. O incansável Gary Cherone, com seus trejeitos replicados de Steven Tyler - até mesmo utilizando um écharpe de pescoço - surpreendeu pela energia. Em mais de duas horas de apresentação, ele manteve-se elétrico, e a voz, embora desgastada na parte final, ficou na média. Aliás, é bom ressaltar o competente trabalho de backing vocal do baixista - e por que não vocalista? - Pat Badger. Do festejado álbum, vale destacar as execuções de "Decadence Dance", "Get The Funk Out" e "It's A Monster" - todas com muita pressão e demonstrando que a banda continua firme. No final da primeira parte, o segundo hit - também acústico - "Hole Hearted", e uma versão curta - e por isso, dispensável - de "Crazy Little Thing Called Love" do Queen, encerraram a parte previsível do script.
Embora o local já tivesse perdido grande parcela de sua audiência, a banda reiniciou o número com uma segunda parte do show, onde foram inclusas as músicas que não fazem parte de Pornograffitti. Porém, das sete que vieram a seguir, apenas "Rest in Peace" - do disco III Sides To Every Story (lançado em 1992) - e "Play With Me" empolgaram o já reduzido público que tinha teimado em ficar até o final. O que muitos questionaram, e com certa razão, foi a escolha das faixas do suposto bis. Poderiam ter colocado pérolas como o funk metal à la Living Colour, "Politicalimity" ou a antigona "Little Girls", do álbum de estreia da banda, ou até mesmo "Cynical", hit da fase Waiting For The Punchline. Mesmo assim, o público da grade, se deliciou com os solos de Nuno e algumas das canções que marcaram a fase mais conhecida da banda. E aos que foram lá só por "More Than Words", uma surpresa: descobriram - finalmente! - que a banda é de rock 'pauleira' mesmo.
Bruno Eduardo, 38 anos, jornalista e repórter fotográfico, é editor do site Rock On Board, repórter colaborador no site Midiorama e apresentador do programa Arariboia Rock News nas rádios Oceânica FM (105.9) e Planet Rock. Como crítico cultural, foi Editor-chefe e colaborador do Portal Rock Press, e colunista do blog "Discoteca Básica" da editora Abril. Desde 2005 participa das coberturas oficiais de grandes festivais como Rock in Rio, Lollapalooza Brasil, Claro Q é Rock, Monsters Of Rock, Abril Pro Rock, Summer Break Festival, Tim Festival, entre outros. Na lista de entrevistados, nomes como Black Sabbath, Aerosmith, Faith No More, The Offspring e Titãs.
nunca use um enchárpino no pescoço porque? não é ofensa ser comparado ao Steven Tyler,esqueceu das maiores bandas influências dessa banda mas você a conheceu ontem,então esta tudo do bem no escreve,escreve...
ResponderExcluirOlá Carmem, obrigado pela participação. Ser comparado a Aerosmith e Steven Tyler sempre vai ser um elogio. Aliás, eu comprei o LP Pornograffitti em 1990 exatamente porque a presença de palco deles lembrava Aerosmith. E no caso do Extreme é normal ter eles como referência, afinal, ambos são filhos de Boston. Sobre utilizar acessórios de pescoço, nada contra, mas só quis dizer no texto que a devoção de Gary por Steven Tyler é grande, apenas isso. Obrigado mais uma vez pela leitura!
Excluir